Sofia Grillo

Thursday, August 24, 2006

Entrevista da Sofia à Revista Caras em Agosto de 2003




Num curto espaço de tempo, a vida e os planos de Sofia Grillo alteraram-se por completo. Não relegou os projectos profissionais para segundo plano, mas a grande prioridade da sua vida passou a ser a filha, Sofia, hoje com 17 meses, fruto do seu casamento com Frederico Cazal-Ribeiro, um amigo de longa data. A actriz passou por um período complicado, quando teve de conciliar o tempo dedicado à sua filha com os horários das gravações da novela Coração Malandro e os ensaios para a peça Nós Depois Telefonamos, que entretanto estreou no Teatro Maria Matos e na qual interpreta o papel de Yara. Por isso, agora que as gravações terminaram, tenta acompanhar ao máximo as descobertas diárias da pequena Sofia, como ficou provado durante uma manhã passada na companhia da CARAS, no Jardim Marechal Carmona, em Cascais, e durante a qual a filha foi o centro das suas atenções.


– Yara é uma actriz de teatro que preferia passar fome a trabalhar em novelas. No seu caso, seria capaz de encontrar outra solução, caso não lhe surgissem trabalhos como actriz?
– Tal como o Bruno Tiago diz na peça, “é tudo trabalho de actor”. Claro que me virava a fazer outra coisa qualquer, até porque tenho uma filha para criar. Agora, o que eu gosto verdadeiramente de fazer, e que quero fazer para o resto da vida, é ser actriz, se puder e se me quiserem como actriz. A Yara é uma deslumbrada, que acha que o encenador é genial e, portanto, faz qualquer coisa para ser aceite. Quando vê que é recusada e rejeitada, vai aos limites e tenta mesmo o suicídio.– Como actriz, já viveu a ansiedade da espera e o medo da rejeição. Como é que lida com esse sentimento?
– Não lido propriamente como a Yara, que tenta o suicídio, mas houve fases da vida em que lidei melhor com a rejeição do que outras, dependendo se tinha ou não outras coisas em que me apoiar. Mas já lidei com várias, porque, enquanto actores, estamos sempre à espera de um telefonema para saber se fomos escolhidos ou não para um papel. Uma pessoa tem de se habituar porque, se lidar mal com isso, então está desgraçada.
– Que telefonema gostaria de receber agora?
– Se o François Truffaut fosse vivo, adorava receber um telefonema para trabalhar com ele. Ou para fazer um filme com a Juliette Binoche, por exemplo...
– Já alguma vez sentiu tendências suicidas?
– Graças a Deus, não. Faz-me muita impressão, e acho que tenho muitas coisas boas na minha vida, e isso nunca me passou pela cabeça. Gosto muito de viver.
– O seu namoro com o Frederico foi marcado por separações e reconciliações. O casamento trouxe mais estabilidade à vossa relação?
– Sim, claro. Não é que o casamento por si só ou um papel assinado mudem uma relação, mas, de facto, amadurecemos um bocado e a nossa relação está mais estável. Sabemos melhor aquilo que queremos e estamos mais estáveis, apesar do Frederico não estar a viver comigo.
– O seu marido não vive consigo?
– Não, está a viver no México porque ele trabalha na área de seguros de uma multinacional que o obriga a estar em diversos países por períodos de seis meses.
– Como é que gere essas ausências?
– É muito complicado de gerir, porque não são só momentos felizes, também temos os nossos problemas. A minha profissão obriga-me a estar cá, a dele obriga-o a estar lá. É complicado gerir tudo, mas vamos fazendo o melhor possível.
– Comunicam por e-mail ou por telefone?
– Por telefone sobretudo, gosto de ouvir a voz dele.
– Ter um filho exige, muitas vezes, um esforço suplementar do casal, de forma a não relegarem o parceiro para segundo plano...
– É natural. O Frederico queixou-se disso no início, o que é normal. Uma pessoa que tem uma criança dirige todas as atenções para ela, e comigo também foi assim, não fugi à regra. Mas nós também temos momentos só a dois, porque temos pessoas que podem ficar a tomar conta dela.
– Tem conseguido conciliar os seus horários com os da sua filha, tendo em conta que trabalha à noite?
– Sim. Tenho de facto uma sorte enorme, porque conto com grandes ajudas, caso contrário, não sei como é que conseguia. Houve uma altura em que começava a trabalhar às oito da manhã e chegava a casa à uma da manhã. Foi complicado gerir tudo, porque ainda por cima tenho uma filha que precisa de mim todos os dias. Tenho de ter muita disciplina, tenho de saber dosear bem as coisas, abdicando do tempo para mim própria e para sair com os amigos.
– O que mudou na sua vida desde que foi mãe?
– Sou uma pessoa naturalmente muito mais feliz, mas também com mais angústias, porque penso nela a todas as horas, no que é que ela está a fazer ou na eventualidade de alguma coisa lhe acontecer. Ser mãe traz-nos angústias e medos, mas as alegrias compensam tudo isso.
– Gostariam de dar um irmão à Sofia?
– Para já ainda é muito cedo, mas gostava muito de ter mais filhos, e não me importava de ter outra rapariga, que adoro.
– A Sofia tem dois irmãos. Gostava de ter também três filhos?
– O meu sonho sempre foi ter três filhos. Gostava muito... vamos ver.
– Quando tem um dia de folga, que tipo de programas faz com a sua filha?
– Vou à praia, porque ela adora o mar e a areia. Também gosto imenso de ir passear nos jardins. Gosto muito de sair, não sou de ficar a brincar em casa.

- Apesar de ainda ser muito pequena, a sua filha já revela alguns traços de personalidade?
– Já. Ela é muito espertalhona, muito sensível comigo, mas também é um bocadinho irrequieta, não pára sossegada um segundo, adora brincar e adora animais.
– As gravações de Coração Malandro já terminaram. Já tem projectos para entrar noutra telenovela?
– Já se falou nisso, mas é muito prematuro revelar mais pormenores. Quando acabar a peça no Maria Matos, vou para o São Luiz com a peça Fechado para Férias, das Manobras de Diversão, um projecto das Produções Fictícias que se estreia dia 20 de Junho. Depois vamos voltar ao São Luiz em Dezembro, porque já recebemos um convite do director do teatro, Jorge Salavisa

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